quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Desvio


Sem possibilidade de conhecer o mundo
Uma vida foi largada
Agora, sozinha e abandonada

Melhor dizendo, fora assassinada
Por um erro, deslize ou fraqueza

É hora de rimar com tristeza

O que é um aborto para os que abortam?
O valor de uma vida resumida em nada
Não compensa entender tal estupidez

Por necessidade ou por medo que fez?
Alguma explicação convicente?

Ninguém é inocente

Abortem os que não amam, os desequilibrados, os irresponsáveis, os inconseqüentes, os ignorantes, os imaturos, os imorais, os amargos, os desesperados, os estúpidos, os idiotas, os sem consciência, os sádicos, os assassinos, os pobres de espírito...

-Tico-

2 comentários:

Anônimo disse...

Menos os loucos, pois estes são os mais sábios!

Gostei muito do site Hayashi,
grande abraço.

Anônimo disse...

não resisti novamente
mais um comentário pra Oficina da Mente
(Isso sim é pieguice)

Criados
Lançados
Civilizados
Dominados
Enfadados
Influenciados
Inconformados
Engajados
Rebelados
Procurados
Disfarçados
Cansados
Desalentados
Pesados
Inchados
Esgotados
Irritados
Desmascarados
Repudiados
Linchados
Revoltados
Forçados
Vendados
Calados
Decepcionados
Depreciados
Desmoralizados
Conformados
Estagnados
Mudados
Alienados
Acomodados
Explorados
Inutilizados
Acamados
Desenganados
Convulsionados
Finados
Velados
Perdoados
Enterrados
Putrefados
Olvidados
Alforriados


Somos a cada dia colonizados
Presos, subornados e formatados
Incapazes de voltar ao que éramos antes,
à ingenuidade do primeiro olhar
à simplicidade das primeiras idéias
ao prazer de poder se expressar

Agoniza-se na rua
a verdade nua perdeu sua pureza
A Inteligência e a Sabedoria
esconderam dela sua clareza
e as estrelas,as estrelas, as estrelas
ah estrelas...
ofuscadas de tanta poluição
escondem o brilhos dos sonhos jovens
somos o restante de uma pobre geração

Querem mudar o mundo
Algo mais singular e intrínseco, para não dizer profundo
mas não querem mudar as pessoas
querem dar fim aos mitos, porém colocam-se ritos no lugar
querem aproveitar a vida, mas não há horários para se apreciar
o prazer do ócio aclamado pelos gregos tornou-se algo desconhecido
não temos tempo sequer para amar
para sentir que o que está vivo

sem tempo para apenas se acalmar e observar
sem tempo para jogar palavras fora
ou mesmo colocar algumas delas pra dentro
e isso, isso para os poucos
para os loucos como nós que por isso anseiam
para os que quase desfalecem em meio a tanta opulência
para os que tem ojeriza da corrupção
para aqueles nos quais ainda resta
um pedaço de consciência
uma fibra de coração

E esse sacrifício diário de nossas pobres almas
Esse ardor que suportamos ao ver nos nossos próximos a ignorância
Ao perceber que, na massificação, se perdeu a intolerância
E os brilhos pessoais tendem a uma pequena luz opaca
Sobrevivem os fracos, os que não se importam

Infelizmente, nos tornamos mais árcades
Nos completamos em nossas mentes, nos destruímos com nossos corpos
Esperança?
Sim, há esperança onde restaram ideais
Mas aos que não divagam
Aos que somente convergem
alheios a tudo, alheios ao mundo
o que lhes resta lhes será tirado
tirado aos poucos, aos socos
quando se der conta, apenas contará pó
e o pó contará a ele que os dois são um
não pensam, não falam
são qualquer um

Não há nenhum coitado
Esse é o nosso universo
Movimento autodestrutivo alienado
Ordem e progresso

Maria Luiza