terça-feira, 1 de novembro de 2011

A nuvem

Às vezes trago chuva
Às vezes levado pelo vento
Às vezes até canso do céu

Que o destino brinque com o novembro

domingo, 2 de outubro de 2011

entrelinha

Ela não ria como as outras
Nem para fora nem para dentro
Ela ria através das palavras
E eu sempre tão bobo

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Passenger

Discursos épicos, pessoas esbravejando e brilho incontido dos olhos. Como eu gostava de ser Napoleão. Mas hoje não tenho nenhum golpe de estado em mente, nenhuma estratégia para derrotar a tropa inimiga e muito menos vontade de esbravejar, ladrar, espernear, bater de frente ou fazer birra. Meus olhos apenas enxergam o que se pode ver. Tenho acordado meio Caeiro.

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Entrevista

-Bom, vamos começar então.
O senhor é homofóbico?

-Mas que pergunta fácil.
Sim. Claro que sou!

-O senhor sabe o que está afirmando?

-Obviamente que sim.
Eu sou homofóbico da cabeça aos pés e não nego isso a ninguém.
Vejamos, meu caro. Homofobia não é ter medo do igual? Pois então, morro de medo da mesmice, do caminho de sempre, das cartas marcadas, da rotina e de idéias desgastadas. Tenho ojeriza daquilo que permanece cegamente e inerte à realidade. Repudio a idéia de que todos são iguais. Para que ofuscar as cores? Diminuir o volume da música? Para que ser politicamente correto? Me diga, para que tudo isso? Afirmo novamente: sim, sou homofóbico! E tenho pavor da mesmice.

-Mas, senhor...

-Sim?

-Não tudo bem, obrigado pela entrevista.

-Não há de quê.