-Bom, vamos começar então.
O senhor é homofóbico?
-Mas que pergunta fácil.
Sim. Claro que sou!
-O senhor sabe o que está afirmando?
-Obviamente que sim.
Eu sou homofóbico da cabeça aos pés e não nego isso a ninguém.
Vejamos, meu caro. Homofobia não é ter medo do igual? Pois então, morro de medo da mesmice, do caminho de sempre, das cartas marcadas, da rotina e de idéias desgastadas. Tenho ojeriza daquilo que permanece cegamente e inerte à realidade. Repudio a idéia de que todos são iguais. Para que ofuscar as cores? Diminuir o volume da música? Para que ser politicamente correto? Me diga, para que tudo isso? Afirmo novamente: sim, sou homofóbico! E tenho pavor da mesmice.
-Mas, senhor...
-Sim?
-Não tudo bem, obrigado pela entrevista.
-Não há de quê.