quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

Tabacaria


Todas as manhãs são iguais
Exceto pelo brilho de cada despertar
Sempre queremos mais
Buscamos o que está além do acordar

Despertos, chocamo-nos com atrocidades
Mas aos poucos tudo vai caindo no esquecimento
Caminhamos por destroços, meias verdades
Honras, méritos e reconhecimento?

O pôr-do-sol anuncia algum fim
Porém, o que a alma vê é um recomeço
Apagado e reescrito, enfim...
Todo ressurgir tem seu preço

Para outra manhã o corpo se encaminha
Dormimos indignados e acordamos complacentes
Pela noite algo em nós perambula e se alinha
À medida que os corpos se tornam negligentes

Afinal, o que somos?
Talvez simbiontes, corpo e alma
Ou então resquícios do que já fomos
Desgastando-se num eterno carma

-Maria Luiza e Marcos Paulo-