sexta-feira, 30 de maio de 2008
Roupa
Todo dia é último dia
Viver parece impossível
Tudo é tão incerto
Mas um dia acerto
A cor da minha roupa
Daí então começarei a ir de vento em popa...
-Tico-
sexta-feira, 16 de maio de 2008
Afrodite inventada
Somos bombardeados com promessas de milagres, de até mesmo cura para os traços inevitáveis que o tempo deixa em nossos tristes rostos encobertos por cremes e mais cremes miraculosos.
Vivemos o século da aparência, da valorização exacerbada do rótulo, da cirurgia plástica, enfim, da beleza alienada, da beleza a ser apenas admirada com os olhos fatigados e fartos de verem aquela beleza estereotipada, sem rugas, com o busto e o glúteo avantajados e arrebitados, principalmente.
Como é estéril a certeza de quem vive sem conteúdo.Como é insuportável ver tudo esteticamente belo e sentir a fragrância de uma putrefação moral.Como é intolerável ver tanta gente não se aceitando e reclamando do seu corpo.
Escova, bisturi, alisamento, lipoaspiração, salão de beleza, sala de cirurgia, cabeleireiro e cirurgião.Cadê a prosa e a poesia?Parece que estão na biblioteca.Biblioteca?Parece que muitos desconhecem o termo.Ler é maçada.
Morre lentamente que vai à academia e não lê um livro.Morre lentamente quem não ri por causa da plástica.Morre lentamente quem acredita que o tempo pára.Morre lentamente quem acha que a felicidade está em um corpo escultural.
Algo mais a dizer?Não, não há mais nádegas a declarar...
-Tico-
segunda-feira, 5 de maio de 2008
Ilusões do Amanhã
Por que eu vivo procurando um motivo de viver,
Se a vida às vezes parece de mim esquecer?
Procuro em todas, mas todas não são você.
Eu quero apenas viver, se não for para mim, que seja pra você.
Mas às vezes você parece me ignorar,
Sem nem ao menos me olhar,
Me machucando pra valer.
Atrás dos meus sonhos eu vou correr.
Eu vou me achar, pra mais tarde em você me perder.
Se a vida dá presente pra cada um, o meu, cadê?
Será que esse mundo tem jeito?
Esse mundo cheio de preconceito.
Quando estou só, preso na minha solidão,
Juntando pedaços de mim que caíam ao chão,
Juro que às vezes nem ao menos sei, quem sou.
Talvez eu seja um tolo, que acredita num sonho.
Na procura de te esquecer, eu fiz brotar a flor.
Para carregar junto ao peito,
E crer que esse mundo ainda tem jeito.
E como príncipe sonhador...
Sou um tolo que acredita, ainda, no amor.
(Pelo PRÍNCIPE POETA Alexandre Lemos.Este poema foi escrito por um aluno da APAE, chamado, pela sociedade, de excepcional...
Excepcional é a sua sensibilidade!)
[1 ano da Oficina da Mente]
sábado, 3 de maio de 2008
Ritual
Vivemos na certeza do incerto
Cada segundo é uma eternidade vivida
Um eterno encoberto
Nada percebemos
Já são seis e o pôr do sol no horizonte
Na boca da noite morremos
Parece que não há saída
Morrer é uma certeza inexata
Vida...
"Pra que chorar?
A vida é bela e cruel, despida.
Tão desprevenida e exata que um dia acaba..."
-Tico-
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