sábado, 30 de junho de 2007

Bons Momentos


É daqui que gosto de ver o mar,
Sentir o vento e o tempo passar
São as vibrações que aliviam a minha mente,
Que me fazem querer aproveitar o presente.

Seguindo em direção favorável,
Buscando conhecer o inexplorável,
A monotonia já não agrada mais,
Sensações comuns que nenhuma diferença faz.

É por viver a caminhar,
Que eu nunca penso em parar,
Todos temos objetivos,
Grandes sonhos e motivos.

Por estar com quem se gosta,
Nos divertirmos com quem realmente importa,
Esses sorrisos fazem toda diferença,
Com aqueles amigos, não há quem nos vença.

- Bruno -

sábado, 16 de junho de 2007

Tarde de Inverno


Como eu queria,
Nessa tarde de inverno,
Um grande amor,
Pra chamar de eterno,

De mãos dadas,
Sentir a felicidade me tocar,
E ver que tudo tem sentido,
Por eu ter alguém pra amar.

Não veria o tempo passar,
Me sentiria tão realizado,
Pois quando fosse dormir,
Saberia que com você eu havia estado.

Os dias seriam mais lindos,
E as noites uma verdadeira poesia,
Pois todos esses belos momentos,
Ao lado de alguém eu viveria.

Não será hora de buscar esse alguém?
Queria apenas saber se existe de verdade,
E não descansaria enquanto não encontrasse,
Esse amor que me tiraria da realidade.

- Bruno -

quinta-feira, 14 de junho de 2007

Erro Desconsertante


As mãos tão pequeninas
Faz do seu dia uma renda
São meninos e meninas

São crianças de olhos apertados
Com um rosto de triste expressão
São sonhos emparedados
Pela própria necessidade da razão

Já não tem mais o futebol
Nem bonecas ou papagaio
Em qualquer dia de sol

Cadê a esperança do piá?
Cadê aquele guri feliz?
Cadê o futuro que estava cá?
Cadê o conserto que ninguém quis?

Criança tem que estudar
Criança tem que sorrir
Criança tem que brincar

-Tico-

sábado, 9 de junho de 2007

Um Lugar Melhor


A sentença acabou,
E nada mais restou,
Nem ao menos as mágoas e lembranças,
Daquela vida sem nenhuma esperança.

Quem vai dizer que eles não tentaram?
Até o último segundo sonharam,
Que uma vida melhor era possível,
Muito longe daquele mundo tão desprezível.

Crianças sentadas no chão,
As mulheres viviam em vão,
Aqueles homens não tinham a paz,
Nem nos heróis acreditavam mais.

Não era lenda, e sim a realidade,
Não era talvez por maldade,
Mas só se via interesse e ambição,
Vícios que vinham da própria criação.

Estariam agora em um lugar melhor?
A verdade é que nada poderia ser pior,
Do que ver seus filhos morrendo de fome,
Sofrimento esse que nunca some.

- Bruno -


Vozes do Quilombo


O meu sangue é do navio negreiro
Nessa terra não cheguei de passagem
Pareço diferente, mas sou brasileiro
Olhe nos meu olhos, não sou uma miragem...

Pensaram que sou bandido
Trataram-me como um ninguém
Um vagabundo, um perdido
Ou o resto pedindo um vintém

Meu valor moral parece que tem preço
Julgam-me por não ser um semelhante
Dizem que com um animal pareço
Uma maldição, quem garante?

Andar nas ruas já não é seguro
Estou com medo da ditadura racial
A qualquer momento ser jogado contra o muro
Ser assassinado por motivo irracional

Para eles sou diferente
O que tem por dentro de mim já não importa
Passo longe de ser gente
Sou mantido longe de sua porta

Sou sujeira debaixo do tapete
Nada mais que um inconveniente
Um tanto quanto indolente
Na mira de um simples estilete

Estão loucos para se livrar de mim
Será que cheiro mal?
Sem me conhecer me rotulam imoral
Como é que se vive assim?

Vocês ainda vão enxergar
A beleza do nosso gingar

-Bruno e Tico-

quarta-feira, 6 de junho de 2007

Pau-de-arara


Um adeus para o sertão
Um até logo para minha paixão
Não dava para continuar
Sem chão para sonhar

Queria algo mais
Além da miséria e da falta de paz
Queria ser um cidadão
Um alguém respeitado pela população

Velho sotaque na capital
Procura-se trabalho braçal
Nos barracos a moradia
Concorrência pouco sadia

Do agreste ao asfalto
Um grande salto
“Gostaria de ficar debaixo do cedro”
Assim dizia Pedro

Nesse pau-de-arara embarquei
Nesse caminho eu sonhei
Nesse mundo nasci
Nessa vida sofri...

-Tico-