Uma vez estava assistindo ao Programa do Jô, e o entrevistado era o fora de série Tom Zé. Em meio a tantas divagações, uma fiquei com os olhos brilhando, simplesmente fascinado. Tom narrou como fora a sua primeira vez quando viu a torneira. Para ele aquilo era a maior maravilha de todo o mundo, pois para quem havia de caminhar muitos pés para buscar água pelo sertão, e mesmo assim a água não era da melhor qualidade, e quando deparou com aquela torneira, abriu, e de repente começou a sair água, ele exclamou: "a fonte da vida!". A fonte da vida estava logo ali a sua frente, sem fazer grandes caminhadas, estava lá. Tomar água é um ato banal e necessário, mas acabamos não dando o valor necessário à fonte da vida. Demora-se em banho, lava-se calçada, ou melhor, "empurra" as folhas das calçadas com a água, é melhor nem perder algumas linhas com este assunto que todo mundo já está cabeludo de saber mas no cotidiano acaba sendo desimportante e esquecido. Ah! Repudio aquelas pessoas que falam que o momento para relaxar é a hora do banho, o momento em que se deve sentir a água percorrer pelo corpo, cantar, pensar, gastar água, enfim. A fonte da vida não acabará, mas nem por isso você continuará com esse padrão de consumo né, mané! Dentre os pré-socráticos, Tales de Mileto uma vez disse: "Tudo é água". Para ele, a água era a substância primordial, a origem única de todas as coisas. Claro que a água não é a origem única de todas as coisas, mas já deveríamos saber que sem ela quase não há vida. Por isso, reinvente-se.
-Marcos Paulo-
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